Cansados de esperar pelas promessas de políticos para a recuperação de uma das melhores rampas de voo livre do mundo, a da Serra do Urucum, ao lado do Santuário de Nossa Senhora Imaculada Rainha do Sertão, em Quixadá, um grupo de pilotos de parapente e de asa delta resolveu pedir auxílio aos amigos de outras regiões. O empresário Eurismar Júnior, um dos esportistas apaixonados por essa modalidade está realizando uma vaquinha e com a ajuda de outros pilotos, pretende restaurar o ponto de decolagens da Terra dos Monólitos.
Um exemplo são os pilotos de Canoa Quebrada. Juntamente com as sua associações de voo livre abraçaram a reforma da rampa de Quixadá. As doações deles já passaram dos R$ 1 mil. “A rampa que detém os recordes na modalidade cross country (Distância) finalmente terá uma estrutura digna de seus resultados. Muita gratidão a todos é muito bom saber que eu e muitos outros de Quixadá não estávamos sonhando sozinhos“, agradeceu.
De acordo com Eurismar Júnior, o objetivo é arrecadar recursos o suficiente para concretar o piso da rampa e instalar grama sintética. Além do visual mais agradável, os equipamentos dos pilotos não sofrerão avarias. Com iniciativas como essa e a realização de competições durante todo o ano, mostrando ventos favoráveis além do período de setembro a novembro, mais procurado pelos pilotos estrangeiros, o movimento é uma opção para o aquecimento da economia local.
Esclarecimento da AVLSC
O atual presidente da Associação de Voo Livre do Sertão Central (AVLSC), o poliatleta Kido Aranha, informou que a iniciativa independente de alguns pilotos não contribuiu para os melhoramentos nas decolagens dos pilotos na rampa pertencente à Diocese de Quixadá, atualmente locada à Prefeitura. Caberia aprovação da administração municipal para realização dos serviços, o que não foi feito, justificou.
Kido Aranha ressaltou que a AVLSC apresentou dois projetos à gestão municipal. Um deles, orçado em R$ 40 mil, será destinado aos reparos emergenciais. No segundo, no valor de R$ 200 mil, está prevista a implantação da grama artificial em toda a rampa, além da urbanização de todo o espaço do paddock. Todavia, a providencia mais urgente é saldar a dívida do aluguel da rampa, de R$ 1,5 mil mensais. O atraso é de 12 meses.
O representante administrativo da Diocese de Quixadá, Leôncio Jean Gonçaves, confirmou a dívida financeira e ressaltou, apesar da existência do débito, ser de competência da Prefeitura a liberação da realização de obras no espaço de decolagens dos pilotos de voo livre. Como o contrato ainda está em vigor, a Associação de Voo Livre deve procurar o locatário para resolver o impasse.